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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

50 Tons de Cinza - A Crítica

A história resumida segue no infográfico.
 Nos 4 cantos do planeta, leitores enaltecem a obra como libertária, por falar explicitamente de sexo, eu sinceramente acho os livrinhos de banca Sabrina mais interessantes, mais como uma crítica baseada apenas em opinião pessoal ante fãs fanáticos parecem não valer, vamos fazer uma análise crítica dos clichês empregados no livro e provar por a+b que essa triologia é uma droga! ( Como eu não consegui ler todo o livro, esse post contou com a ajuda de queridos amigos e outras publicações da internet). 

1- Enredo 
A)  A eterna fantasia feminina de mudar o homem através do amor é uma ideia mais do que batida, presente até em contos como "A Bela e a Fera". E L James, no segundo volume ("Cinqueta Tons Mais Escuros"), narra o movimentado passado amoroso de Christian para abordar essa ideia –apesar de ter levado meio mundo para a cama, em experiências arrebatadoras, quem conquistou seu coração foi a ingênua Srta. Steele. 

B) As experiências de Ana não são pioneiras. Livros como "A História de O", de Pauline Réage, e "Teresa Filósofa", de autoria não confirmada, já abordaram o mesmo tema com mais talento e mais erotismo. 

C) Hoje, qualquer ser humano que se interessa por outro vai correndo checar Facebook, Linkedin, Twitter e até Pinterest do pretedente. Anastasia Steele, porém, só tem a brilhante ideia de procurar no Google o nome do Sr. Grey no final do primeiro livro.

D) As comemorações de formatura de Ana, em um bar e depois no próprio evento da faculdade, são sem-graça, sem bebedeira ou pegação. O que E L James economiza em tensão sexual nessas ocasiões, faz questão de esbanjar de forma totalmente inadequada em um jantar em benefício de uma entidade que ajuda crianças com pais dependentes químicos. A festa é um baile de máscaras em que há até um leilão de moças para uma dança. Ana, claro, está entre elas. 

E)   E L James lança mão de psicologia barata nas entrelinhas. Ana busca um protetor porque perdeu o pai muito cedo e a mãe teve uma vida amorosa inconstante. Christian bate em mulheres morenas parecidas com sua mãe biológica, uma prostituta viciada em crack. 

2- Sexo 
A) Ana perde a virgindade de modo sublime: sem dor, sem muitas dúvidas e ainda com direito a um orgasmo esplendoroso. Muito diferente da vida real.( Pode perguntar a qualquer mulher) 

B) Numa passagem em que Christian insinua que quer usar sorvete de creme para fins não alimentícios, Ana pensa: "O que será que ele quer fazer?". Inocente demais para uma mulher que já teve pelo menos uns 15 orgasmos –a dúvida sobre a sobremesa aparece no segundo livro da trilogia. 

C)  A impressão que a trilogia dá é a de que a Srta. Steele nunca havia visitado um ginecologista na vida. Quando Christian a obriga a se consultar com a Dra. Greene –em pleno fim de semana e em domicílio, só para provar mais uma vez o quanto o cara é poderoso– ela só falta chorar de medo da médica. 

D) Ana é mesmo uma mulher de sorte: além de perder a virgindade sem dor e tendo um orgasmo fantástico, ainda por cima tem um período menstrual curtíssimo –cerca de dois dias, nada de cólica, sangramento mínimo e nenhum sinal de tensão pré-menstrual. 

E) A trilogia passa a falsa impressão de que toda pessoa adepta de sadomasoquismo tem um histórico de vida traumático. O S&M pode, sim, ser fruto de situações de abuso, mas muita gente aposta nessa parafilia (padrão de prazer sexual que não se dá através da relação) como um “tempero” para ar transas. 

F) No melhor estilo “os brutos também amam”, após contemplar Ana com uma série de tapas em suas nádegas, Christian a manda tomar um Advil. 

3- Linguagem 
A) O texto da autora deixa a desejar (mesmo em inglês). Repete palavras e expressões constantemente, usa muitos lugares-comuns, não contextualiza personagens. Parece subestimar o leitor, julgando que ele só se interessa pelas cenas de sexo que são narradas. Para os especialistas, o entusiasmo excessivo pelo livro demonstra que a pessoa tem poucas referências literárias (tampouco conhece revistas femininas, que exploram o tema à exaustão), uma visão estreita do sexo e pouca maturidade emocional. (Concordo em nº, genêro e grau com esses especialistas...) 

B) Embora tenha o sexo como destaque e argumento de vendas,  "Cinquenta Tons de Cinza" não é erotismo, muito menos pornografia. Trata-se de um romance estilo água com açúcar, que lembra "Sabrina", aquela série de romances vendidos em banca, em que no final o amor sempre vence o casal fica junto. Mesmo que os obstáculos venham na forma de algemas ou plugs anais. 

C)  As descrições referentes a sexo apostam na cafonice. Exemplos: "Nossas línguas duelam", "Com meu corpo, vou venerar você", "Escovo os dentes com a escova dele. É como tê-lo em minha boca", "Sua voz é quente e encorpada como caramelo e chocolate derretido",  "Quero trazê-lo para a luz", "Você é a própria Afrodite" etc. 

D)  Pouca descrição, muita ação. Profissional da indústria do entretenimento (foi gerente de produção de TV), E L James escreveu o livro como se pensasse em um filme. As transas coreografadas remetem a produções como "Instinto Selvagem" e "Infidelidade". 

E) Com muitas referências a marcas e grifes –Audi, All Star, Apple e até Advil, só para citar algumas–, a suspeita de a trilogia ter sido escrita já mirando o cinema só se reforça. Merchandising garantido. 

F) Não há espaço para o leitor imaginar a tensão erótica entre os personagens. Durante todo o tempo a narrativa é óbvia e faz questão de ressaltar as ereções do Sr. Grey sob o jeans ou o quanto a Srta. Steele se sente molhada de tanta excitação. 

4-CHRISTIAN GREY 
A) O perfil de Christian Grey também é um amontoado de clichês. O objetivo é mostrá-lo ao público (feminino, é claro) como um príncipe encantado moderno: lindo, cheiroso, milionário, elegante, culto, sensual, jogador de golfe. Tudo isso com apenas 28 anos. Até o pé do sujeito é perfeito, já que em um trecho Anastasia confessa sentir vontade de lamber seus dedinhos. 

B) Christian Grey gosta de tratar as mulheres com palmadas, chicotes e cordas de todo tipo, bolas para introdução vaginal e plugs anais. Mas fica chocado quando Ana usa sua cueca para ir embora, para não vestir uma calcinha usada.

C) Praticamente um jogo War ambulante, o Sr. Christian Grey parece querer dominar a Ásia, a Oceania e mais um continente à sua escolha. No início da história, é mostrado como um CEO incansável, dono de um império, que não se cansa de trabalhar. No decorrer da trilogia, porém, o moço passa a maior parte do expediente mandando e-mails com joguinhos psicológicos para Ana ou servindo de motorista (e até piloto de avião) para a moça. 

D) Por mais sedutor que seja, Christian é um maníaco por controle, um obsessivo patológico. Para muitas mulheres modernas, que prezam a liberdade acima de tudo, dinheiro e sexo não o tornariam menos chato. 

5-ANASTASIA STEELE
A) O perfil da personagem Anastasia Steele já é difícil de engolir: americana, universitária de 21 anos (quando a história começa, ela está na reta final do curso de literatura inglesa) e virgem (em 2011). 

B) Anastasia nunca teve um único namorado na vida, apesar de mexer com a libido de todos os homens com quem convive, como José, o amigo de faculdade, e Paul, filho do dono da Clayton’s, loja de material de construção onde trabalha. E, aos 21 anos, não tem sequer um passado de rolinhos e ficadas. Em um trecho, ela diz que Christian Grey é o único homem que lhe despertou realmente a vontade de beijar. 

C)  Embora pudica, toda vez que se sente excitada na presença de Christian (praticamente a cada página) a mocinha pensa ou solta expressões de baixo calão. 

D) Ana só se rende à inclusão digital depois de uma ajudinha do Sr. Grey, que lhe compra um laptop. Para uma estudante do ensino superior, soa Inverossímil, no mínimo. 

Fontes: UOL, Blog Casados Apimentados.


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